sábado, 13 de agosto de 2016

Psicóloga explica causas de tanta agitação nas pessoas em um mundo tão violento

Psicóloga Judinara Brás Explica que as relações humanas estão cada vez mais difíceis. Vivemos em um planeta agitado, de muita solidão, desemprego, fome e doenças. Por que a humanidade está ficando menos fraterna? Por que o ódio parece prevalecer mais do que o amor? As pessoas estão próximas tecnologicamente, mas estão ao mesmo tempo distantes no diálogo e na compreensão. A administradora de empresas e psicóloga Judinara Brás aponta possíveis razões para tantos problemas.
O mundo ainda não conseguiu crescer em todas as áreas. Então quando a gente traz a explosão da tecnologia e todos os benefícios que ele nos devolve no campo da ciência e da medicina, tem algo que ficou para trás, pois a tecnologia cresce e vai ocupando pensamentos, ideias, lugares, sentimentos. O homem despreparado acha que para fazer uso da tecnologia, precisa dispensar outros costumes”, afirmou.
Ela exemplificou o aplicativo de troca de mensagens instantâneas, WhatsApp. Segundo a psicóloga, o aplicativo pegou as pessoas despreparadas, já que as mesmas não têm habilidade para a comunicação assertiva e estão dependentes do aplicativo, deixando de lado o contato visual nas relações afetivas.
“Nós não estamos preparados para o avanço da tecnologia e isso é uma responsabilidade familiar, escolar. Se as pessoas não se atentarem para a importância das relações humanas, o avanço da tecnologia vai tomar conta. Nós que acreditamos no homem, estamos na esperança de que as pessoas começem a perceber quem elas são, o lugar que querem estar e onde querem chegar. A gente precisa reconhecer o isolamento das pessoas, que nasce não só da tecnologia, mas da arquitetura urbana, do segmento das empresas e de outras áreas que vão formar o homem”, analisou.

Judinara Brás afirmou que o ser humano fraterno existe, mas ficou esquecido pelas políticas públicas, pela igreja, pelo estado, pela família. Ela destaca que quanto mais o ser humano é lembrado e valorizado, algumas situações não estariam acontecendo e ele estaria desenvolvendo outras habilidades sociais em seu comportamento.
“Vou citar alguns exemplos. Entrei na sala de aula e fiz algumas perguntas sobre o dia dos pais. Uma das perguntas foi como é viver sem pai. Ouvi respostas brilhantes, mas uma me chamou atenção. Achei muito cedo para uma criança de seis anos. Ele disse: ‘eu acho que seria feliz do mesmo jeito, pois só vejo meu pai no final de semana’. Possivelmente essa criança já construiu dentro de si o comportamento de abandono, de solidão, mesmo tendo pai e mãe. Se ela já se sente esquecida, vai desenvolver quais habilidades? Vai viver sozinha? O mundo do sozinho vai sendo construído e as tecnologias, quando se trata de comunicação, vai sendo o alívio das pessoas que vivem só”, disse.
A psicóloga Judinara Brás diz que a tecnologia vai avançar ainda mais e defende um limite para o uso delas, evitando que as pessoas se afastem umas das outras. Ela afirma que todos devem pensar sobre isso e que o problema não está na tecnologia e sim na permissão para uso delas, principalmente quando se trata de pais e filhos.

“A tecnologia vai avançar cada vez mais. É importante lembrar que a tecnologia que a gente critica é a mesma que avança nos carros, na cura de doenças. A tecnologia é sempre bem vinda. Mas estamos falando de uma que tem a intencionalidade, que na carência do homem, ela vai sendo substituída cada vez mais por pessoas. Quando um pai reclama que o filho fica o tempo inteiro no WhatsApp, a pergunta é: ‘quem foi que deu?’ e tem perguntas mais profundas. São essas perguntas que temos que fazer. Para muitas famílias está sendo mais fácil culpar”, destacou.
Fonte: Acorda Cidade

Por Blog do Venas
←  Anterior Proxima  → Inicio

0 comentários:

Postar um comentário